quarta-feira, 28 de março de 2012

Francesco Totti

 Totti nasceu na capital italiana, no bairro Appio Latino, situado a dois quilômetros do coliseu nas proximidades de Porta Metronia, o que por muito tempo lhe rendeu o apelido de O menino de Porta Metronia. Ele jogou futebol por toda a sua infância, e depois de ter jogado nos pequenos times do bairro e nos juvenis do Lodigiani, os times da capital italiana (Roma e Lazio) mostraram interesse em seu futebol. Totti foi para a Roma em 1989, com apenas 13 anos e de lá nunca mais saiu


Em 1989, aos treze anos, colocou os pés no clube pela primeira vez. Continuava freqüentando os jogos, mas já tinha a possibilidade de conviver com os ídolos. Admirava o atacante alemão Rudi Völler, mas principalmente o meia Giuseppe Giannini, de quem tinha vários pôsteres no quarto. Tímido nos primeiros contatos, Totti acabou por se tornar amigo de Giannini.
Um momento marcante veio em dezembro de 1990, quando foi apresentado ao então presidente Dino Viola. Era o dia da mensagem aos jogadores da categoria de base. Um por um, os garotos apertavam a mão do presidente. Na vez de Totti, Viola segurou sua mão. "Sei que você é muito bom. Continue assim", disse. Pouco depois, viria a primeira experiência com a seleção: convocado para a sub-14.
Um dos prêmios pelas boas atuações era o direito de trabalhar como gandula nos jogos do time principal. Em 1991, estava à beira do campo quando sofreu a primeira grande decepção: a perda da Copa da UEFA contra a Inter. Também foi o ano de sua primeira lesão grave: no joelho, conseqüência das pancadas em um clássico contra a Lazio.
Totti teve de passar por uma artroscopia, mas se recuperou para continuar em sua ascensão rumo ao elenco profissional. A estréia veio já aos 16 anos, na vitória por 2 a 0 sobre o Brescia, dia 28 de março de 1993, promovida pelo técnico Vujadin Boskov. O presidente era Giuseppe Ciarrapico. Dino Viola havia morrido sem poder confirmar suas expectativas.
Claudio Caniggia abriu o placar para a Roma aos 23 minutos do primeiro tempo. Quatro minutos depois, Siniša Mihajlović ampliou. No segundo tempo, Totti entrou no lugar de Ruggiero Rizzitelli.
Dias depois, toca o telefone na casa da família Totti. Fiorella atende, e do outro lado da linha está Ariedo Braida, diretor do Milan. "Senhora, Francesco seria acolhido no Milan com todas as honras. Seria acompanhado nos estudos. E a parte econômica não seria problema", disse Braida. A resposta veio sem pestanejar: "Francesco só quer a Roma".
Totti continuou jogando com a equipe de juniores, entrando vez ou outra na relação para as partidas do profissional. O salto definitivo viria com Carlo Mazzone, que assumiu o comando na temporada 1993/94. No dia 16 de dezembro, a Roma enfrentaria a Sampdoria pela Copa da Itália. Mazzone não tinha Rizzitelli, machucado, e também não contava com o argentino Abel Balbo.
Era a noite da estreia como titular. Depois de poucos minutos, ao tentar um drible, foi atingido por Pietro Vierchowod no meio do tornozelo. Os gritos de Totti ecoaram no Olímpico semi-vazio. Mazzone, revoltado, queria invadir o campo. Mas o garoto de 17 anos se levantou e continuou jogando até ser substituído a sete minutos do final. No vestiário, não viu o time ser eliminado nos pênaltis.
Mazzone acreditava tanto em Totti que criou uma relação especial com a família. Trocava idéia com os pais sobre seu comportamento, acompanhava tudo com interesse. A Roma fazia uma campanha fraca na Série A, mas o treinador contava com a confiança da diretoria.
No dia 6 de fevereiro de 1994, a derrota por 2 a 0 para o Milan deixou o time três pontos acima do rebaixamento. Foi o primeiro de oito jogos com participação de Totti naquele campeonato. Na rodada seguinte, ele foi titular contra a Sampdoria, mas a Roma perdeu novamente. A Série B estava às portas e próximo jogo era justamente o clássico contra a Lazio.
Giuseppe Signori marcou logo aos 6 minutos de jogo, colocando a Lazio na frente. Totti entrou no segundo tempo e sofreu pênalti. Giannini perdeu. Mesmo assim, estava provado que ele era capaz de fazer a diferença em jogos importantes. A Roma acabou se salvando em uma disputa acirrada: ficou em sétimo lugar, mas apenas cinco pontos acima do grupo dos rebaixados.
Na temporada 1994/95, dias antes de completar 18 anos, Totti marcou seu primeiro gol na Série A. Foi no empate por 1 a 1 contra o Foggia, na primeira rodada. A foto do lance ocupa até hoje um lugar de destaque na casa do craque. "Quando voltei para casa, só lembrava que tinha fome. Saí com meu irmão para tomar um sorvete. Sonhei com aquilo por tanto tempo, e quando chegou não parecia verdade", conta. Na temporada seguinte, já era titular indiscutível.
Em 1996 veio a primeira grande satisfação atuando pela Itália: o título do Europeu Sub-21. Na semifinal contra a França, entrou no lugar do companheiro de equipe Marco Delvecchio e marcou o gol da vitória. Jogou como titular a decisão contra a Espanha, mas saiu a 16 minutos do fim e não participou da vitoriosa decisão por pênaltis.
Totti já havia sido lembrado até pelo técnico da seleção principal, Arrigo Sacchi, que o chamou para um período de treinamentos em fevereiro de 1996. A convocação foi dedicada a Mazzone, que no final daquela temporada deixou o clube.
O argentino Carlos Bianchi chegou credenciado à Roma, mas sua passagem ficou marcada pela dificuldade no relacionamento com os atletas e em indefinições táticas. Totti entrava e saía do time. Foi um momento difícil para ele, que estava com 20 anos e precisava jogar com freqüência para se estabelecer entre os principais jogadores do país.
A Sampdoria chegou a sondar a Roma para levá-lo por empréstimo, mas no fim das contas a corda rompeu do lado de Bianchi. Ele não completou a temporada. Para 1997, chegou o tcheco Zdenek Zeman, que seria o responsável pela explosão de Totti como jogador. Com apenas 21 anos, foi nomeado capitão do time. Atuando mais adiantado, descobriu seu lugar ideal em campo.
Marcou 13 gols na temporada e 12 na seguinte, que marcou sua estréia na seleção principal: dia 10 de outubro de 1998, contra a Suíça, em Udine, convocado por Dino Zoff. Em 1998/99, balançou as redes nos dois clássicos contra a Lazio: empate por 3 a 3 no primeiro turno, e o último nos 3 a 1 do segundo.
Titular, capitão, ídolo do time do coração. O que Totti poderia querer mais? Ser campeão. O técnico que chegou ao clube em 1999 - Fabio Capello - entendia disso como poucos. Após um ano de transição, o time foi para a temporada 2000/01 com um elenco capaz de disputar nas cabeças. O presidente Franco Sensi foi buscar nomes como Gabriel Batistuta, Emerson e Walter Samuel.
Totti chegava de uma boa participação na Euro 2000, com atuações de destaque na campanha da Itália. O título escapou na final contra a França em questão de segundos, mas o prestígio do romanista estava mais em alta do que nunca. Maduro, soube assumir suas responsabilidades com o time, que se aproximava cada vez mais do primeiro título desde 1983, quando Falcão era o Rei de Roma.
Dia 17 de junho de 2001, a Roma entrava em campo contra o Parma dependendo apenas de seu resultado para ficar com o scudetto. Totti marcou o primeiro gol - seu 13º no campeonato - e abriu o caminho para a vitória por 3 a 1. Ele tinha 24 anos, e a Itália estava aos seus pés. Totti é de novo nomeado jogador italiano do ano e concorreu à Bola de Ouro, vencida naquele ano porém, por Michael Owen.
Em 2002, o sonho do bi bateu na trave. A Roma ficou com o vice, um ponto atrás da Juventus. Era hora de voltar as atenções à seleção, que disputaria a Copa do Mundo. Totti foi titular e fez sua parte em campo, mas a Coréia do Sul - ajudada por uma polêmica arbitragem - acabou com a campanha da Azzurra ainda nas oitavas-de-final.
A temporada 2002/03 foi decepcionante para a Roma, com um modesto oitavo lugar, mas em 2003/04 veio outra grande participação. Totti leva muito do mérito, com a impressionante marca de 20 gols. Mas o Milan foi ainda melhor e ficou com o título.
A Euro 2004, em Portugal, ficaria marcada pela polêmica. Totti participou apenas da primeira partida com a seleção de Giovanni Trapattoni. As câmaras de televisão flagraram uma cusparada no dinamarquês Christian Poulsen. Ele pegou três jogos de suspensão e não teve a oportunidade de voltar à equipe, que não conseguiu passar da primeira fase.
Totti fala com certa mágoa sobre a reação da opinião pública: "Estou consciente de que um grande jogador tem de se comportar de maneira exemplar em todos os níveis, sobretudo no que diz respeito ao fair play. Mas vendo como sempre me comportei, tanto dentro quanto fora de campo, esperava maior compreensão".
"Depois da Eurocopa, pensei até em parar com a seleção. Mas me dei conta de que uma decisão do tipo só daria razão aos meus detratores. Queria viver novamente momentos como a Euro 2000, quando chegamos a um passo do título. Para ser uma lenda do futebol, não basta jogar bem e vencer com o próprio clube. É preciso conseguir o mesmo com a seleção", argumenta.
Em 2004-05 a Roma ficou em 8º lugar na Serie A, mas ganhou o acesso à Copa da UEFA por ter chegado à final da Copa da Itália contra a Inter, perdendo-a. No empate por 3 a 3 com a Inter, dia 3 de outubro de 2004, pelo campeonato italiano, alcançou a marca de 100 gols pela Série A.
A temporada 2005-06 é a primeira temporada de Luciano Spalletti no comando da Roma. O mais importante ponto da temporada foi o record absoluto de 11 vitórias consecutivas no campeonato, culminando com a vitória no derby com a Lazio, por 2-0. Em fevereiro de 2006, Totti sofre uma série lesão durante Roma e Empoli, mas mesmo assim, o Il capitano, como é carinhosamente chamado pelos torcedores romanistas, se recuperou e foi à Copa de 2006. Naquela temporada, os giallorossi mantiveram-se em um ótimo nível de jogo, que foi considerado pela mídia italiana como o melhor da Série A. Mas um elenco abatido por grandes perdas por lesões e suspensões não conseguiu passar do quinto lugar na classificação, o que dava a garantia apenas à Copa da UEFA, até que os veredictos dos escândalos do futebol italiano penalizou Juventus, Milan e Fiorentina, times que haviam chegado à frente na classificação, o que permitiu à Roma a classificação em segundo, atrás apenas da Inter, o que a qualificou para o grupo da Liga dos Campeões.
Em 2006-07, o eterno capitão de Roma levanta a taça de campeão da Copa da Itália. Na final diante da Inter, depois de um massacre romanista por 6-2 no Stadio Olimpico de Roma, com direito a gol de Totti com 51 segundos de jogo, a Roma perde na partida de volta no San Siro por 2-1, não sendo suficiente para os nerazzurri reverter a situação. No campeonato a Roma ficara novamente com o vice, Francesco marcou 26 gols e foi artilheiro, de quebra, ganhou a Bota de Ouro (Chuteira de Ouro) da Europa.
Na temporada 2007-08 a Roma é novamente vice-campeã italiana, um título disputado até a última rodada contra a Inter. Mas o troco vem pela segunda vez consecutiva na Copa da Itália, desta vez uma final com partida única no estádio Olímpico, a Roma triunfa por 2-1, conquistando o bicampeonato e o 9º título no total, tornando-se a maior vencedora de Copas da Itália ao lado da Juventus. Nesta temporada, Totti alcançou a marca de 200 gols com a camisa da Roma, em 16 de janeiro de 2008, durante a partida de volta pelas oitavas-de-final da Copa da Itália, a Roma enfrentou o Torino no Olímpico precisando vencer por 2-0 para avançar às quartas, já que havia sofrido um revés por 3-1 em Turim. Após um primeiro tempo sem tentos, Totti entra na etapa final e marca 2 gols, a grande vitória por 4-0 coroa a noite do gol 200.
Francesco é maior que o Coliseu para os romanistas. Tendo recusado inúmeras propostas faraônicas para sair do clube. Depois de cinco vices nacionais (2001/02, 2003/04, 2005/06, 2006/07 e 2007/08), Totti teme não voltar a viver na Roma a emoção de 2001. O maior ídolo da Roma ainda tem esperança de conquistar com o clube a Liga dos Campeões da UEFA.










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